Desafios da Saúde Renal Feminina: Um Olhar Ampliado

A complexidade da relação entre as mulheres e as doenças renais revela-se como um campo clínico de nuances e desafios. Vamos desvendar esse cenário, trazendo informações concretas e perspectivas realistas, especialmente em um mês dedicado à mulher.

 

Incidência Global:

A doença renal crônica (DRC) afeta aproximadamente 195 milhões de mulheres globalmente, tornando-se a 8ª causa de morte entre elas, com cerca de 600 mil óbitos anuais. Essa estatística alarmante demanda uma análise detalhada das peculiaridades que colocam as mulheres em maior vulnerabilidade.

 

Estilo de Vida e Prevenção:

Especialistas destacam que um estilo de vida saudável, incluindo alimentação adequada, hidratação regular e exercícios físicos, desempenha um papel crucial na prevenção da DRC. Dados revelam que a prevalência da DRC é maior em mulheres (14%) do que em homens (12%), sendo essencial promover hábitos preventivos desde cedo.

 

Desafios de Acesso ao Tratamento:

O diagnóstico precoce é apontado como fundamental para garantir tratamento adequado. No entanto, persistem desafios relacionados ao acesso a serviços de diálise em algumas regiões do Brasil, evidenciando disparidades assistenciais que afetam pacientes que precisam viajar longas distâncias para atendimento.

 

Necessidade de Expansão da Rede de Atendimento:

A ampliação da rede de atendimento e o aumento de transplantes renais emergem como necessidades urgentes, conforme ressaltado por representantes de associações e entidades ligadas à nefrologia. Estados brasileiros carecem de estrutura para transplante renal, agravando o cenário de vazios assistenciais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

 

Tripla Jornada e Cuidados com a Saúde:

Além de serem mais afetadas pela DRC, as mulheres enfrentam a tripla jornada de trabalho, o que limita o tempo dedicado aos cuidados com a saúde. É crucial destacar a necessidade de atenção redobrada diante das complexidades enfrentadas pelas mulheres, especialmente aquelas que vivenciam desafios relacionados à saúde renal.

A pressão alta é um fator crítico, afetando a filtragem sanguínea nos rins. A hipertensão, mais comum em mulheres, pode levar à insuficiência renal. Outras condições femininas, como gestação, uso de anticoncepcionais, menopausa, infecções urinárias, e lúpus, também impactam a saúde renal.

  1. Gestação: A hipertensão gestacional pode evoluir para hipertensão arterial crônica, aumentando o risco de doença renal crônica.
  2. Uso de anticoncepcionais: Apesar dos avanços, anticoncepcionais orais ainda apresentam risco de hipertensão, sendo essencial monitorar a pressão.
  3. Menopausa: Hipertensão é comum em mulheres mais velhas, muitas vezes confundida com sintomas menopáusicos.
  4. Infecções urinárias: Cistites frequentes podem levar a infecções renais, prejudicando a função renal.
  5. Lúpus: O LES, mais comum em mulheres, pode afetar os rins, causando nefrite lúpica e insuficiência renal.

 

Quando procurar um(a) nefrologista?

Mulheres com fatores de risco, gestantes, usuárias de anticoncepcionais, pós-menopausa ou com histórico familiar devem consultar um nefrologista. Exames periódicos, como de sangue e urina, são essenciais para diagnosticar precocemente qualquer alteração na função renal.

 

Conclusão:

Em um mês dedicado à mulher, é crucial aprofundar a compreensão sobre os desafios da saúde renal feminina. A prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso igualitário ao tratamento tornam-se imperativos. É um chamado à ação para profissionais de saúde, entidades ligadas à nefrologia e a sociedade em geral. A saúde renal das mulheres é uma causa que merece destaque, atenção e esforços conjuntos para assegurar um futuro mais saudável e equitativo.

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